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Meia Maratona faz parte de história de superação

Adriana Dorazi – especial para o Tribuna Ribeirão

Quem convive com Alexandro Cavalcanti, funcionário da Record TV em Ribeirão Preto, se encanta com sua simpatia e gentileza. Nem parece que há alguns anos a vida dele era muito diferente como cozinheiro em Pernambuco, vencido pelo vício em bebida e cigarro. “Foi a fé e o esporte que me salvaram, hoje sou só gratidão e amor”, se emociona ao afirmar.

Com 52 anos vai ao trabalho várias vezes de bicicleta, somando um percurso ida e volta de 26 km diários. Coloca os netos na bike para passear e também ser apaixonarem pelo esporte ao ar livre. Mas foi nos passos da caminhada, depois da corrida, que ele encontrou o caminho de uma vida saudável e feliz.

“Quem diz que bebe apenas pelo vício não quer confessar que gosta daquilo. Analisando como estou hoje penso que naquela época só era bom para os meus colegas de bar, não respeitava nem a mim mesmo”, relembra. No início dos anos 2000, em visita a Ribeirão Preto, se encantou com a cidade e quis ficar definitivamente.

“Aproveitei a ajuda do meu cunhado para fazer alguns exames e descobri vários problemas de saúde, entre eles um câncer de boca. Voltando da consulta com o médico joguei o maço de cigarro no chão e daquele dia em diante nunca mais fumei. Desde que vim pra cá também nunca mais bebi uma gota de álcool”, comemora.

Doquinha, como é conhecido carinhosamente pelos amigos, cumpriu a recomendação médica de praticar esporte para eliminar o colesterol alto e gordura no fígado. “Deus é tão bom que me colocou morando ao lado de um parque e da igreja para facilitar. Meus amigos me buscavam e me deixavam em casa para jogar futebol. Aquele bem-estar foi tomando conta de mim cada vez mais”, relata.

Exemplo que contagia
Alexandro também se recuperou completamente de uma catarata no olho, provocada por trauma. “Foi por incentivo do pessoal da Record que comecei a me interessar pelas corridas. Ganhei o primeiro kit e ao completar a primeira prova senti uma satisfação indescritível”, revela com o olhar refletindo a energia positiva que carrega.

E se ele começou pelo exemplo de alguém, depois virou referência para a família. A esposa Mabel entrou na onda e já compete. Umas das filhas e o marido também. Os quatro já participam há alguns anos da Meia Maratona de Ribeirão. Estão inscritos na prova deste ano.

Inclusive é a estreia de Doquinha se desafia para completar os 21 km. “Deus não é mágico, ele nos transforma quando aceitamos o processo de mudança e temos um propósito firme de melhorar. É devagar, mas cada conquista que vem de Deus é presente. Acredito que se tivesse ficado lá em Pernanbuco poderia nem estar vivo mais”, declara.

É uma história linda que ainda tem mais detalhes incríveis. Ao treinar, seja na academia, corrida ou bicicleta, Alexandro carrega uma sacola para recolher latinhas e tampinhas plásticas do chão. Arrecada e doa para projetos de castração gratuita de animais de rua.

“São pequenos gestos mas que vão nos tornando melhores, deixando o mundo, a cidade que a gente vive mais bonita. Temos que encontrar alegria e satisfação em praticar gestos de amor, solidariedade, tudo que agrada a Deus. Entreguei minha vida a Jesus e muito abençoado”, confirma.

Portador de sorriso fácil e palavras de acalento a quem precisar, ele não se intimidou ao contar a história pessoal para que possa ajudar outras pessoas que estão na busca de uma vida mais plena. “Recuperei minha família, a saúde, estou há treze anos numa empresa ótima e com amigos aos quais sou muito grato. Estar preenchido de gratidão a Deus e amor pelo próximo é maravilhoso”, finaliza.

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